O evangelho incomoda e é necessário que incomode. Afinal, qual é a principal marca de uma Igreja verdadeiramente cristã, que prega e vive o genuíno evangelho? Como ensinou o amigo e irmão Renan Barros, a perseguição. Temos um excelente exemplo na Igreja de Esmirna (Ap. 2:8-11). Igreja perseguida, que passava por grandes tribulações, sendo extremamente pobre, no entanto, imputada rica pelo próprio Jesus Cristo, pois permanecia fiel a Deus e à Sua Palavra, mesmo que isso significasse prisão e morte.
A perseguição é um bom sinal, e ouso dizer, até mesmo, que deve ser desejada, pois é consequência natural para a Igreja que vive o verdadeiro evangelho. Se assim for, a Igreja necessariamente chamará a atenção daqueles que estão nos arredores. O evangelho incomoda e é preciso que ele incomode, porque ser cristão é andar na contramão do mundo.
Incomoda porque desafia os padrões estabelecidos pela sociedade. Porque luta para resgatar princípios e valores que há muito se perderam no seio da humanidade.
Enquanto o mundo se esforça para estabelecer uma cultura antropocêntrica, o evangelho pede para que você se esqueça de si mesmo, abra mão de seus desejos e de suas vontades e dê espaço para que Deus assuma o controle de sua vida. Enquanto o mundo insinua que, para alcançar os seus objetivos, você deve passar por cima dos outros, inescrupulosamente, o evangelho diz que você deve pensar no próximo antes de pensar em si mesmo. Se por um lado, o mundo prega a subjugação dos mais fracos, o evangelho prega que você deve se tornar servo, que o seu melhor está em servir. Enquanto o mundo agoniza na busca pelo acúmulo irrestrito de bens e riquezas, o evangelho prega o compartilhamento e a suficiência em Jesus Cristo. Ao passo que o mundo apregoa a vingança e a destruição dos seus inimigos, o evangelho prega o perdão e o amor ao próximo, independente de quem seja ou do que represente para você. Enquanto o mundo
extravasa a libertinagem, explora a sensualidade e incentiva a promiscuidade, o evangelho prega a decência e a pureza, o respeito e a fidelidade (Fp 4: 8). Enfim, são tantas coisas... O que o mundo não sabe é que na sua busca desenfreada pelo que acredita ser liberdade, entrega-se cada vez mais à escravidão de um padrão de vida destruidor, que apenas extrai o pior do ser humano. A real liberdade está em Cristo Jesus (Jo 8:32, 36) e somente nEle encontramos completude e paz (Fp 4: 7).
Por todo o exposto, há incômodo e perseguição, porque o evangelho revoluciona, contraria o domínio humano arraigado na satisfação dos desejos da carne e traz valores superiores, incapazes de florescer num coração distante de Deus.
Este texto tem a intenção de ser um chamamento à Igreja para um despertar. Não podemos nos calar perante o mundo e deixá-lo espalhar os seus valores distorcidos. Temos de fazer barulho. Incomodar. Se não há nenhum tipo de perseguição à sua Igreja, questione: a Igreja deve estar acomodada, descansada, retraída diante do ataque do mundo. Não baixemos a guarda! Não há razão para o acuamento. A Igreja de Cristo é infalível, pois Ele cuida para que assim seja. Guerreiros do Exército do Senhor, movimentemo-nos! Vamos à luta, porque o mundo está sedento da Verdade. A Palavra de Deus é a Verdade, que possamos vivê-la e defendê-la! Vamos incomodar!
Alexia Guerra,
26/05/2012.